PRÉ-HISTÓRIA - Hominidae



  O GÊNERO HOMO

Homo é o gênero que inclui automaticamente os humanos modernos (Homo sapiens sapiens) 
e espécies estreitamente relacionadas com eles. 
Estima-se que o gênero tenha se iniciado há cerca de 
dois milhões e quinhentos mil anos a três milhões e duzentos mil anos, 
evoluindo de ancestrais australopitecíneos com o surgimento do Homo habilis. 

O H. habilis, especificamente, é considerado descendente direto do Australopithecus garhi, 
que viveu cerca de dois milhões e quinhentos mil anos atrás. 
Ainda, em maio de 2010, o Homo gautengensis foi descoberto, 
uma espécie que acredita-se ser ainda mais antiga que o H. habilis.

Mais recentes descobertas fósseis na mesma região, 
incluindo as icónicas pegadas Laetoli da Tanzânia, 
de três milhões e setecentos mil anos, 
que mostram pés semelhantes a humanos e locomoção vertical, 

cimentaram a idéia de que os homininis 
(primeiros membros da linhagem humana) não só se originaram na África, 
mas permaneceram isolados por vários milhões de anos 
antes de se dispersarem para a Europa e Ásia. 

A descoberta de pegadas humanas em Creta de aproximadamente 
cinco milhões e setecentos mil anos, publicada em 2017, 
derruba essa imagem simples e sugere uma realidade mais complexa.

O mais saliente desenvolvimento fisiológico entre as duas espécies 
é o aumento da capacidade encefálica (ou craniana), 
de cerca de 450 cm³ no A. garhi para 600 cm³ no H. habilis. 

Dentro do gênero Homo, a capacidade craniana novamente foi duplicada entre o H. habilis 
e o Homo ergaster, ou através do H. erectus ao Homo heidelbergensis, de seiscentos mil anos atrás. 
A capacidade craniana do H. heidelbergensis sobrepôs-se 
com a variação encontrada nos humanos modernos. 

Acreditava-se que o advento do gênero Homo tinha coincidido 
com a primeira evidência do uso ferramentas de pedra (a indústria Olduvaiense) 
e assim, por definição, com o início do período Paleolítico Inferior. 

No entanto, uma recente evidência encontrada na Etiópia 
indicou que a primeira vez que houve a utilização de ferramentas de pedra ocorreu há 
três milhões e trezentos e noventa mil anos.

O surgimento do gênero Homo coincide aproximadamente 
com o início da glaciação do Quaternário, o início da era do gelo atual.

Todas as espécies desse gênero, exceto o Homo sapiens (os humanos modernos) estão extintas. 
O Homo neanderthalensis, tradicionalmente considerado o último parente humano vivo, 
extinguiu-se há cerca de vinte e quatro mil anos. 
No entanto, uma recente descoberta sugere que uma outra espécie, 
o Homo floresiensis, descoberto em 2003, 
pode ter vivido tão recentemente como há doze mil anos. 

Os outros Homininae sobreviventes, 
os chimpanzés e gorilas, têm um alcance geográfico limitado. 

Em contraste, a evolução dos seres humanos é uma história de migrações e miscigenações. 
De acordo com estudos genéticos, os humanos modernos foram criados a partir de
"pelo menos dois grupos" de seres humanos antigos: 
os Neandertais e os Denisovanos. 

Os seres humanos deixaram a África várias vezes para ocupar a Eurásia e, 
finalmente, Américas, Oceania e o resto do mundo.
Nas ciências biológicas, em particular na antropologia e na paleontologia, 
o nome comum para todos os membros do gênero Homo é "humano".

A palavra homo é latina, no sentido original de "ser humano" 
e não "homem" no sentido genérico do gênero-neutro. 
A palavra "humano" em si vem do latim humanus, 
um cognato adjetivo para homo, 
que acredita-se ter sido derivada de uma palavra proto-indo-européia para "terra", 
reconstruída como *dhǵhem-.

O estatuto de espécies como o Homo rudolfensis, H. ergaster, H. georgicus, 
H. antecessor, H. cepranensis, H. rhodesiensis e H. floresiensis permanece em debate. 
O H. heidelbergensis e o H. neanderthalensis estão estreitamente relacionados uns aos outros 
e têm sido considerados como uma subespécie de H. sapiens. 

Recentemente, o DNA nuclear de um espécime Neanderthal da Caverna Vindija 
foi sequenciado utilizando dois métodos diferentes que produziram resultados semelhantes 
em relação às linhagens do Neanderthal e do H. sapiens, com ambas as análises, 
sugerindo uma data para a divisão entre quatrocentos e sessenta mil e setecentos mil anos atrás, 
embora uma fração de população de cerca de trezentos e setenta mil anos seja inferida. 

Os resultados de DNA nucleares indicam que cerca de 30% dos alelos derivados 
no H. sapiens também estão na linhagem do Neanderthal. 
Esta alta frequência pode sugerir algum fluxo gênico 
entre ancestrais humanos e populações neandertais.

O Homo naledi foi descoberto perto de Joanesburgo, na África do Sul, em 2013 
e anunciado em 10 de setembro de 2015, 
Fósseis indicam que o hominídeo tinha entre 
1,45-1,5 metro de altura e tinha um cérebro pequeno. 
Os fósseis ainda têm ainda de ser datados, 
mas são estimados em cerca de dois milhões e quinhentos mil anos de idade.

O Homo habilis, que é considerado o primeiro membro do gênero Homo, 
deu origem ao Homo ergaster. 
Alguns H. ergaster migraram para a Ásia, 
onde eles são chamados Homo erectus, e para a Europa com o Homo georgicus. 

O H. ergaster na África e o H. erectus na Eurásia evoluíram separadamente 
por quase dois milhões de anos e, presumivelmente, 
separaram-se em duas espécies diferentes. 

O Homo rhodesiensis, que era descendente do H. ergaster, 
migrou da África para a Europa e se tornou o Homo heidelbergensis 
e, mais tarde (cerca de 250.000 anos atrás), o Homo neanderthalensis 
e o hominídeo de Denisova na Ásia. 

O primeiro Homo sapiens, descendente do H. rhodesiensis, 
surgiu na África cerca de duzentos e cinquenta mil anos atrás. 
Há cerca de cem mil anos, alguns H. sapiens sapiens migraram da África para o Levante 
e se reuniram com os neandertais residentes, com alguma miscigenação genética. 
Mais tarde, cerca de setenta mil anos atrás, talvez depois da catástrofe de Toba, 
um pequeno grupo deixou o Levante para preencher a Eurásia, Austrália e, mais tarde, as Américas. 

Um subgrupo entre eles encontrou os Denisovanos e, 
depois de alguma misgenação, migraram para preencher a Melanésia. 
Neste cenário, a maior parte das pessoas não-africanas de hoje 
têm origem africana ("hipótese da origem única"). 

Contudo, também houve alguma mistura entre os neandertais e os Denisovanos, 
que evoluíram localmente (a "evolução multirregional"). 

Resultados genômicos recentes também mostram que há trinta mil anos,
pelo menos, três subespécies principais co-existiram: 
os Denisovanos, Neandertais e os Cro-magnons. 
Hoje, apenas o Homo sapiens sapiens sobreviveu, 
sem outras espécies ou subespécies existentes.


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