BATALHAS - Ataque de Nassau a Salvador - AMÉRICA

Salvador no Século 17

                                                                                                         Ataque de Nassau a Salvador

No ano de 1638, o governador do Brasil Holandês,
o príncipe Johan Moritz von Nassau sediado na cidade de Recife na capitania de Pernambuco,
foi informado de que a situação na capitania da Bahia era de indisciplina nas tropas
e descontentamento na população,

motivadas por divergências entre o Conde de Bagnoli e o Governador-Geral Pedro da Silva.
Por esta razão decidiu atacá-la e ampliar a conquista até lá.

A 16 de abril de 1638 com 5 mil homens entre soldados e índios
transportados em 40 navios, penetrou na baía de Todos os Santos.

A presença do inimigo colocou em alerta os habitantes da cidade.
O Governador-Geral, superando suas divergências com Bagnoli,
entregou-lhe o comando das operações, durante todo o período de combate.

A expedição fundeou frente às praias de São Braz e da Escada
e iniciou o desembarque, sem encontrar ainda oposição.

Somente no dia 20 teve de lutar pela posse da entrada norte da cidade,
a Porta do Carmo. Repelida, mudou de tática.
Decidiu então o comandante cercar a cidade.

Quando cessaram os choques,
os baianos intensificaram a guerra de emboscadas e o trabalho nas fortificações.
Foi construído por Luís Barbalho o forte que leva o seu nome, levantado em forma de reduto,
em tempo reduzido, durante o qual se empregaram mil homens, trabalhando incessantemente.

A 10 de maio Nassau atacou Salvador com violência, mas as defesas resistiram.
Lançou um ultimato aos defensores, dando-lhes três dias para se renderem.
O Governador respondeu:
"As cidades de el-Rei não se rendem senão com balas e espada na mão
e depois de muito sangue derramado".

Nassau não conseguiu sitiar completamente a praça;
deixou abertas algumas vias de comunicação com o interior.

No dia 18 de maio, 3 mil holandeses investiram sobre as trincheiras, com fúria.
Após longas horas de disputado combate, ultrapassaram as trincheiras
e chegaram junto aos muros e portas da cidade.

A luta transformou-se em carnificina, dada a pequena distância entre os combatentes.
Às 20 horas, a Porta do Carmo sofreu violento ataque, contido com extremo vigor pelos baianos,
que haviam abandonado outros postos e reforçado o local.

No mais aceso da peleja, acometeu a retaguarda inimiga, de surpresa, o Capitão Luís Barbalho.
O contra-ataque obrigou o invasor a uma retirada precipitada, causando 335 baixas em suas fileiras.
As perdas baianas somaram 60 mortos e 100 feridos.

Na defesa das trincheiras de Salvador morreu o Capitão Sebastião Souto,
considerado o mestre da arte de guerra de emboscadas ou guerra brasílica.
Sucedeu-o, no comando e na fama, Antônio Dias Cardoso.

A 25 de maio de 1638, por ter se tornado insustentável a permanência na Bahia,
Nassau retornou a Pernambuco, humilhado com o insucesso da expedição,
resultado de falso julgamento tático da situação no Recôncavo.
Nunca mais se aventurou por aquelas paragens com propósitos de conquista.

A vitória dos baianos contribuiu para lhes incutir o sentimento de confiança
na praça fortificada e no valor dos seus defensores.

Os holandeses já não eram invencíveis ou superiores.
Mesmo liderados por chefes famosos como Piet Heyn e Nassau, sofreram reveses indiscutíveis.
Esta expedição era o seu terceiro malogro.

O Recôncavo estava defendido por 11 fortes e a cidade envolvida por muralhas
e protegida por trincheiras. Salvador aprendera muito com a invasão de 1624.


Fonte: http://www.eb.mil.br/

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