BATALHAS - Isandhlwana - ÁFRICA


Batalha de Isandhlwana – Wikipédia, a enciclopédia livre

                                                                                                   Batalha de Isandhlwana

Em 22 de janeiro de 1879, um exército composto por 20 mil homens zulus atacava os ingleses
em Isandhlwana, na região do Transvaal, na África austral.
Os autores do ataque são os herdeiros da nação guerreira
fundada algumas décadas antes pelo famoso rei Chaka.

Os zulus estavam equipados principalmente com lanças de ferro (azagaias) e escudos tradicionais,
mas também tinham um número significativo de espingardas e rifles antigos,

As tropas britânicas e coloniais dispunham das armas mais modernas da época:
rifles Martini-Henry e uma artilharia de montanha composta por dois canhões de 76 mm
implantados como canhões de campanha, bem como uma bateria de foguetes.

No entanto, apesar da grande desvantagem tecnológica, os zulus dominaram o inimigo,
graças à sua superioridade numérica e à estratégia.
O exército britânico perdeu mais de 1.300 homens.

A batalha foi uma vitória decisiva para os zulus
e causou a derrota da primeira invasão britânica da Zululândia.
O exército britânico sofreu sua pior derrota na África.

De um lado, guerreiros praticamente nus, protegidos por um escudo feito de couro de vaca
e com uma lança nas mãos, que eles chamavam de iklwa,
A maior parte dos soldados era de camponeses, vinda de vilarejos.

Do outro, soldados bem preparados, utilizando uniformes padronizados
com calças pretas, blusas vermelhas e capacetes cáqui.
Portavam artilharia, cavalaria e os fuzis mais modernos disponíveis,
os recém-introduzidos Martini-Henry.

Alguns anos antes, diamantes haviam sido descobertos na região de Kimberley,
no limite com a colônia britânica do Cabo, do reino zulu
e de pequenas comunidades de camponeses holandeses, os Boers.
Sob intensa pressão dos colonos e dos prospectores de diamantes,
o governador do Cabo, sir Bartle Frere, decidiu submeter ao seu domínio o conjunto da região.
Com isso, lança ao rei zulu Cetewayo um ultimato.

A invasão ao território zulu havia apenas começado quando aconteceu a batalha de Isandlwana.
Os ingleses haviam se dividido em três colunas,
que avançavam sem resistência desde 10 de janeiro de 1879.

No dia 22, uma dessas colunas, comandada pelo general e barão Frederic Thesiger,
se aproximou de Isandlwana, um morro cujo nome faz referência
ao segundo estômago das vacas, para os ingleses, mais parecia uma esfinge, ou um leão deitado.

O local, que fica a 170 quilômetros da atual cidade de Durban, na África do Sul,
era adequado para os britânicos acamparem e se posicionarem de forma defensiva
para aguardar a aproximação zulu.
Thesiger montou uma linha de defesa bem armada e avançou.
Os ingleses não sabiam, mas já haviam perdido.

Liderados pelo comandante Ntshingwayo Khoza,
os Zulus ainda estavam estudando os movimentos dos inimigos europeus
e reagiram de supetão ao perceber que seriam atacados,
os zulus fizeram o que sabiam: lançaram um ataque frontal
e, em paralelo, realizaram um movimento tático que ficaria conhecido, na Inglaterra,
como o “chifre do diabo”: dois grupos atacaram pelas laterais, simultaneamente.

As duas colunas laterais dos zulus encontraram os flancos desprotegidos,
de forma que foi possível cercar os inimigos europeus.
Rapidamente, os zulus dispersaram os inimigos que restaram.

Após cercarem os britânicos, os zulus os separam em pequenos grupos
e provocaram a batalha da maneira como eles mais mais gostavam,
com combates corpo a corpo até a morte de um dos adversários, em geral os europeus,
Apenas alguns homens a cavalo conseguiram escapar.

Muitos soldados morreram tentando se defender usando facas
ou transformando suas armas descarregadas em porretes.
Alguns, que optaram por fugir correndo,
simplesmente foram cercados e forçados a lutar até o fim.

Quando a batalha havia se tornado uma simples perseguição, era perto das 14h30.
Nesse horário, aconteceu um eclipse total do sol,
que deu à vitória zulu um ar ainda mais mistico.

Das três frentes que iniciaram a invasão ao reino zulu, uma foi destroçada em Isandlwana.
As outras duas se viram isoladas, porque penetraram rápido demais no terreno adversário
e os zulus só precisaram cortar as linhas de fornecimento de mantimentos.

O general Frederic Thesiger se viu forçado a recuar para fora do país inimigo.
a derrota marcaria sua carreira para sempre, mas ele ainda não sabia disso.
Ainda acreditava que podia receber os louros por trazer um novo território inteiro,
e suas minas de diamantes, para a posse da Coroa.

Thesiger havia provocado uma tensão que antes não existia entre britânicos e zulus,
e decidira partir para a guerra sem o aval de seus superiores.
Agora estava decidido a se recompor diante de uma das derrotas mais vergonhosas
da história do império a que servia.
A vitória zulu mudou a abordagem dos britânicos.

As motivações para a guerra anglo-zulu são difíceis de entender.
A Inglaterra começou a colonizar o sul da África em 1806,
apresentando concorrência aos bôeres, que já estavam estabelecidos em colônias na região.

O Império Zulu surgiu dez anos depois, em 1816,
e se tornou um aliado tradicional, primeiro dos bôeres, depois dos ingleses,
no caso dos bôeres, eles alcançaram um convívio tranquilo
depois de uma primeira tentativa de invasão europeia, repelida em 1837.

E assim os zulus mantiveram uma situação relativamente estável em relação aos vizinhos,
mesmo nos momentos de conflitos sucessórios internos.
Nada indicava que eles seriam atacados pelos aliados ingleses.

O rei zulu, desde 1873, era Cetshwayo kaMpande,
um literal gigante de mais de 2 metros e 160 quilos.
Cetshwayo já havia se consolidado como o sucessor desde 1856,
quando entrou em guerra contra seu irmão mais novo,
Mbuyazi, o favorito de seu pai, o rei Mpande, para assumir o reino.

Quando Mpande morreu, em 1872, não havia competição pelo posto.
Diplomático, Cetshwayo seguiu as tradições mantidas por seu pai e seu avô,
o rei Senzangakhona kaJama:
os zulus valorizavam a pecuária e a agricultura de feijões, tubérculos, melancias e abóboras.
Viviam em cidades de grande autonomia política e econômica,
chefiadas por líderes tribais que juravam obediência ao monarca.

Cetshwayo também defendia a religião tradicional local,
a ponto de aceitar, por diplomacia, a chegada de missionários europeus, que viviam em paz,
mas sempre encontrando motivos para mandar matar os zulus que se convertiam.

Nada havia mudado, nem na Inglaterra nem na África, para justificar um conflito militar.
Mas Frederic Thesiger, um militar de carreira, veterano da guerra da Crimeia
e de conflitos contra grupos rebeldes na Índia, encontrou pretextos
(como uma incursão de zulus em territórios vizinhos
para resgatar as esposas fugitivas de um nobre local)
para iniciar uma escalada de ameaças e ultimatos.

A lista de exigências chegou a ponto de demandar
que o rei abandonasse o cargo e desfizesse seus exércitos imediatamente.
Intimado a se manifestar até o final do ano de 1878,
Cetshwayo nem se deu ao trabalho de apresentar uma resposta.

As vitórias anteriores contra os xhosas davam a Thesiger e a seu estrategista militar,
o ex-governador de Bombaim (hoje Mumbai), na Índia, Henry Bartle Frere,
a impressão de que vencer os zulus seria simples.

E renderia glórias aos dois, que pretendiam instalar, no sul da África,
uma grande federação britânica, ao modo da que haviam visto em terras indianas.
Para impedir que seus objetivos fossem barrados em Londres,
ele optou por comunicar seus planos por correio, muito mais demorado, e não por telégrafo.

Após o desastre de Isandhlwana, violentos debates ocorreram em Londres
entre o austero William Gladstone, líder da oposição liberal (whig),
e o primeiro-ministro conservador (tory) Benjamin Disraeli,
no poder desde 1874 e ardoroso partidário das conquistas coloniais.


Fontes: https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Isandhlwana
             https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-guerra-anglo-zulu-quando-lanca-venceu-o-fuzil.phtml
             https://www.geledes.org.br/22-de-janeiro-de-1879-nas-maos-dos-zulus-imperio-britanico-sofre-sua-maior-derrota-na-africa/
t.wikipedia.org › wiki › Batalha_de_Isandhlwana

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