POVOS - Egito (Período Núbio) - ÁFRICA


A dinastia dos faraós negros | Super

                                                                                        EGITO - O período Núbio

Na região sul do Rio Nilo, atual Sudão, um antigo império se formou
no período em que o Egito vivia um período de decadência no Médio Império.
Entre os séculos XVIII e XVI a.C., os núbios realizaram a expansão de suas fronteiras
na região do extremo sul do Rio Nilo.

O Egito, que dependia da exploração de zonas de exploração aurífera próximas ao Império Núbio,
sentia que a ascensão de um vizinho tão poderoso poderia vir a ameaçar
a integridade de seus territórios.

Durante mais de 2 000 anos, o Egito se manteve como uma civilização adiantada
e poderosa e um país a ser respeitado e temido,
apesar dos muitos problemas que enfrentou ao longo de sua história.

O chamado Terceiro Período Intermediário começou na verdade,
ainda no Novo Império na 20ª Dinastia, no reinado de Ramsés XI.
Os faraós fracos, a corrupção generalizada, as greves dos trabalhadores, a fome,
o empobrecimento do país, foram fatores importantes que levaram à divisão do Egito.

No final do Novo Império, os sacerdotes de Amon finalmente chegaram ao poder.
Agora, eles possuíam dois terços de todas as terras pertencentes aos templos,
noventa por cento de todos os navios, e oitenta por cento de todas as fábricas.

Ao observar esses dados já podemos perceber que eram eles que controlavam a economia egípcia.
No final do reinado de Ramsés XI, o faraó já não tinha muito poder
e os sacerdotes não tiveram grande trabalho para de fato governar, pelo menos o sul do Egito.
Além dos problemas internos, os povos vizinhos agora estavam em outro nível de desenvolvimento,
eles usavam o ferro para fazer armas e escudos, enquanto os egípcios ainda usavam o cobre.

Durante muito tempo, o Egito empregou guerreiros estrangeiros como mercenários,
especialmente nos postos de fronteira.
Esses soldados eram recompensados com terras e, dessa forma, se estabeleciam com as famílias
no Egito, reforçando o vínculo com o país.
Foi assim que os líbios foram entrando pelo Delta,
sempre apoiados pelos seus compatriotas, que já viviam no Egito.

A Núbia, tantas vezes atacada e sempre dominada e explorada também teve sua chance.
Na verdade, os núbios, já eram meio egípcios, porque o país foi dominado (por Thutmose III)
até a quarta catarata e Napata foi estabelecida como capital da Província Egípcia na Núbia.
Depois do final do Novo Império, quando a Núbia se tornou independente,
seus governantes e seu povo continuaram a manter a religião
e os hábitos de um Egito ainda rigoroso, dos tempos áureos do país dominador.

Agora, com o Egito entregue a tantos problemas,
os núbios cruzaram a fronteira e dominaram quase todo país.
É claro que devem ter ficado profundamente espantados e tristes com a decadência moral
e dos costumes do país que havia sido líder e exemplo durante séculos.

Após o domínio dos núbios, chegaram os poderosos assírios e os babilônios para submeter o Egito.
Além disso surgiam em cena os persas, que já haviam lutado contra os gregos
e para eles o Egito não representava dificuldade.

Dessa forma, entre os séculos XVI e XIII a.C., o Egito realizou um processo
de invasão e domínio sobre os núbios.
Sem adotar uma política muito opressiva,
os egípcios trouxeram à civilização núbia vários de seus costumes e hábitos.

O que parecia ser um claro processo de aculturação dos egípcios sobre os núbios,
veio mais tarde garantir a preservação de traços importantes da civilização egípcia.
No final do século VIII a.C., o Egito estava politicamente fragmentado e sofria o controle dos líbios.
Em 770 a.C., Piye, rei da Núbia, empreendeu uma investida militar
que reunificaria politicamente o Egito.

Partindo com tropas para o norte, o exército núbio chegou à cidade egípcia de Tebas.
Travando batalhas ao longo de quase um ano, Piye tornou-se o primeiro faraó negro do Egito.
A ascensão de faraós negros no Egito trouxe à tona a supremacia de uma civilização africana.

No ano de 715 a.C., Piye faleceu, deixando o trono sob o domínio de seu irmão Shabaka.
Ascendendo ao poder, Shabaka assumiu o nome de faraó Pepi II.
Entre suas principais ações, Pepi II empreendeu um notório conjunto de obras públicas.

A cidade de Tebas, capital do Egito, e o templo de Luxor ganharam novos projetos.
Em Karnak, ordenou a construção de uma estátua em sua homenagem
e tratou de construir diques que impedissem a inundação das casas
das populações que viviam às margens do Rio Nilo.

Preocupados com o avanço do Império Assírio, que na época viva a ampliação de seus domínios,
os núbios formaram um exército que deveria conter a dominação assíria
sobre as cidades de Eltekeh e Jerusalém.

Apesar de não existirem detalhes mais claros sobre essa batalha,
relatos dão conta de que o então rei assírio Senaqueribe recuou suas tropas,
dando vitória à aliança militar dos hebreus e núbios.
Segundo alguns historiadores, graças à contribuição militar núbia,
a civilização judaica usufruiu de um longo período
em que consolidou suas principais tradições culturais e religiosas.

Depois desse episódio, houve a consolidação do reinado de Taharqa, filho de Piye.
Em seu governo, as vitórias militares garantiram grande estabilidade aos territórios egípcios.
Além disso, uma seqüência de generosos períodos de chuva
deu tranqüilidade a toda população por ele controlada.

Aproveitando do período de prosperidade, Taharqa realizou a ampliação do templo de Amon,
no monte Jebel Barkal, onde acreditava-se ser o local onde o deus Amon haveria nascido,
Taharqa ordenou a construção de dois templos aos pés do monte.
Durante seu governo, os assírios afrontaram mais uma vez a dinastia núbia.
Sobre o comando do rei Esarhaddon, os assírios tentaram obstruir
o entreposto comercial egípcio às margens do Líbano.

Confiante na prosperidade de seu reino e na força de seus exércitos,
Taharqa enviou tropas incumbidas de aniquilar a ação militar assíria.
Oferecendo grande resistência, os assírios venceram a batalha e invadiram o Egito, em 674 a.C..
Nos anos seguintes os assírios empreenderam novas vitórias
que ameaçaram a dinastia dos faraós negros.

As investidas dos militares assírios foram estabelecendo o fim do reinado de Taharqa.
Recuado para o sul, o último rei da dinastia núbia se viu obrigado,
logo em seguida, a abandonar o Egito.

Pouco se sabe a respeito dos últimos dias do rei Taharqa.
Seu corpo foi enterrado em uma pirâmide em Nuri, às margens do rio Nilo.
Com o fim dessa dinastia, a cultura egípcia ainda preservou características
provenientes do contato com esse reino africano.


Fonte: https://pt.wikipedia.org/

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